São Basílio, o Grande, arcebispo de Cesaréia da Capadócia († 379)
7 Φεβρουαρίου 2015
São Basílio, o Grande, arcebispo de Cesaréia da Capadócia († 379)
São Basílio, o Grande, arcebispo de Cesaréia da Capadócia, recebeu sua educação primária no seio de uma família muito piedosa. Sua avó, sua mãe, suas irmãs e seus irmãos foram canonizados. Seu pai era professor de eloqüência e advogado. Ao concluir seus estudos em Cesaréia, Basílio prosseguiu seus estudos em importantes escolas de Atenas. Ao regressar à sua pátria foi batizado e estabelecido no clero como leitor. Durante muito tempo ele viveu com os ermitões, na Síria, Mesopotâmia, Palestina e Egito. A vida no deserto agradava Basílio. Ele encontrou um lugar onde instalou seu refúgio. São Gregório (O Teólogo), seu amigo de infância, estava com ele. O arcebispo Eusébio de Cesaréia pediu a Basílio que retornasse do deserto, ordenando-o depois presbítero. Nesta nova função, como auxiliar mais próximo do arcebispo nos assuntos relacionados à direção da Igreja, São Basílio trabalhava muito, chegando mesmo ao esgotamento. Pregava todos os dias, freqüentemente, duas vezes ao dia. Em Cesaréia e arredores, ele organizou hospitais, asilos e casas de abrigos para os peregrinos. Depois da morte de Eusébio (ano 370), São Basílio foi promovido à cátedra de Cesaréia. Quase sempre, durante o tempo que serviu como arcebispo, lutou tenazmente contra a heresia ariana, muito forte nos tempos do imperador Constancio e ainda mais na época do imperador Valente (os arianos negavam a natureza divina de Jesus Cristo). Em sua luta contra os arianos, Basílio dava continuidade ao trabalho de Santo Atanásio que, como ele, era um importante pilar da Ortodoxia. Diziam ao imperador Valente que se Basílio se rendesse, o arianismo teria definitivamente triunfado. Valente enviou então à Cesaréia Modesto, prefeito famoso por sua crueldade na perseguição aos ortodoxos. Muito arrogante, Modesto chegou a Cesaréia e mandou chamar Basílio à sua presença. No início, buscava convencê-lo, prometendo diferentes favores do imperador para que Basílio se aproximasse dos bispos inclinados ao arianismo. Vendo logo a firmeza de Basílio, começou a ameaçá-lo com seqüestro de bens, com desterro permanente e, até mesmo, com a morte. Com muita coragem, Basílio respondia: «Não tenho medo de ser desterrado, pois a terra toda é do Senhor, e é impossível tirar de quem nada tem; e a morte, para mim, é um bem, pois me unirá a Cristo, para quem vivo e trabalho». A grandeza do arcebispo surpreendeu o prefeito que reagiu: «Até o presente momento, ninguém havia ousado falar comigo desta forma». E Basílio, com muita modéstia lhe respondeu se: «Talvez ainda não tenhas tido a oportunidade de falar com um bispo»
Neste tempo, o mesmo imperador chegou à Cesaréia e dirigiu-se à igreja. Era a festa da Epifania do Senhor, e São Basílio, piedosamente oficiava para uma grande multidão que rezava com grande devoção. Isto surpreendeu o imperador que tomou medidas para que Basílio aceitasse algum tipo de conciliação com os arianos. Entretanto, encontrando nele uma determinada resistência neste sentido, condenou-o ao desterro. A inesperada enfermidade de seu filho o fez suspender a sentença contra são Basílio, pedindo-lhe que intercedesse por seu filho. Então os arianos conseguiram que, ao menos, fosse reduzido o território eclesiástico do arcebispo (Anoimo – o bispo da nova região eclesiástica de Tiana tornou um de seus rivais e inimigos).Para preservar sua diocese das intrigas dos arianos, São Basílio organizou uma diocese especial na cidade de Sasima, situada justamente no limite das regiões divididas. Para esta cátedra tão importante na luta contra os arianos, São Basílio nomeou seu amigo, São Gregório a quem havia ordenado bispo, fazia pouco tempo. São Gregório, porém, não quis ocupar este tenso posto já que não respondia a seu estado espiritual. Além da abnegada defesa da Ortodoxia contra o arianismo, o arcebispo Basílio tinha prestado outros importantes serviços à Igreja. Toda a sua vida e, especialmente, os nove anos de seu serviço como arcebispo, foram de intenso, constante e dedicado trabalho. Suas numerosas cartas mostram sua preocupação e a dor de sua alma pelas desordens presentes neste tempo na Igreja. Também revelam como ele se preocupava em criar um ambiente de paz no episcopado da Igreja. As casas de abrigo para os pobres organizadas por ele, foram financiadas, em parte, com dinheiro que havia herdado de seus pais e outra parte com doações que recebia. Estas obras eram tão grandes que pareciam uma cidade. Durante a época de fome, em Cesaréia, os cidadãos encontraram nele um generoso benfeitor. Basílio fundou ainda importantes monastérios, sendo de sua autoria as regras de vida monástica que vigoram até o tempo presente.
O piedoso ofício de São Basílio, que tanto surpreendeu Valente, também foi testemunhado por Santo Efrén, o Sírio, um dos mais importantes apreciadores da beleza espiritual. Santo Efrén, o Sírio, guiado pela divina diligência, entrou na igreja onde São Basílio oficiava, ficando tão impressionado com tudo o que ali viu e escutou, que expressou seus sentimentos em voz alta e no seu idioma sírio, chamando assim a atenção das pessoas. Isto foi fez com que, entre os dois, se estabelecesse uma amistosa relação, o que suas cartas atestam. São Basílio preocupava com a manutenção da unidade e da ordem nos santos ofícios litúrgicos. Por isso, compôs a ordem da Divina Liturgia apostólica, conhecida ainda hoje como a Liturgia de São Basílio. Esta Liturgia é celebrada nos domingos da Grande Quaresma e em alguns outros dias, incluindo o dia de hoje em que se celebra a sua festa. Compôs ainda um grande número de orações de uso na Igreja. As mais conhecidas são as que se fazem de joelhos no dia da Santíssima Trindade.
Os escritos de São Basílio são de grande valor para toda a Igreja, especialmente o «Hexamerón» (Sobre os seis dias da criação do mundo), nos quais ele se revela, não somente com grande teólogo, mas também como um especialista nas ciências naturais. Também chegaram até nossos dias 3 homilias sobre os salmos, 25 homilias para diferentes ocasiões, 5 livros contra os arianos e «Os Ascéticos», sobre a divindade do Espírito Santo.
O duro trabalho e dores na alma esgotaram suas forças e ele terminou sua vida aos 50 anos, no dia 1º. De Janeiro do ano 379.
fonte:catedralortodoxa.com.br